Por Jadre Junior
Olá, amigos leitores do blog
Aprendiz Coelhocratas! Primeiramente, gostaria de agradecer a todos os membros
do nosso grupo no Facebook que leram a minha postagem da semana passada e
fizeram comentários. Suas críticas, elogios e sugestões são sempre muito
bem-vindas. No texto de hoje, diferentemente dos anteriores, eu não me
limitarei a relembrar episódios das temporadas anteriores do Aprendiz e citar
ex-participantes marcantes, mas também vou comentar sobre um interessante
fenômeno bastante presente em processos seletivos e que tem sido estudado por
pesquisadores das áreas de Administração e Psicologia: o Gerenciamento de Impressões (GI).
O que é Gerenciamento de Impressões?
Segundo Carvalho e Grisci
(2002), o Gerenciamento de Impressões (GI) consiste nas formas através das
quais os indivíduos tentam controlar as impressões que os outros têm a seu
respeito, no que se refere a comportamentos, valores e atributos pessoais,
visando atingir um determinado objetivo. Sendo assim, o GI seria um instrumento
utilizado pelo ser humano na tentativa de ser bem visto pelas pessoas nos
vários papéis que ele desempenha na sociedade e pode ser utilizado tanto pelo
candidato que deseja ser aprovado em um processo seletivo quanto pelo
entrevistador que deseja passar uma boa imagem da organização que está
representando.
As organizações
contemporâneas buscam nos profissionais indivíduos que apresentem um conjunto
de qualidades praticamente impossível de se encontrar em um único indivíduo, tais
como capacidade de adaptação, traços de liderança, visão estratégica e de
futuro, pró-atividade, predileção por atuar em equipe, habilidade nas relações
interpessoais, valores éticos sólidos, aceitação a riscos e ao trabalho sob
pressão, capacidade de abstração e concentração, equilíbrio emocional,
capacidade de negociação e persuasão, habilidade de comunicação verbal e
não-verbal, criatividade, compreensão de tendências e processos globais, capacidade
de decisão, fluência em pelo menos uma língua estrangeira, capacidade de
identificar falhas e controlar processos, dentre muitos outros atributos. Como é praticamente impossível encontrar um profissional que reúna todas as
qualidades exigidas pelo mercado, o Gerenciamento de Impressões é a saída
encontrada pelos profissionais para convencer os selecionadores de que eles tem
o perfil que está sendo procurado.
Vale salientar que o
Gerenciamento de Impressões pode se apresentar sob três formas: a autoapresentação autêntica, quando o
candidato age de forma autêntica e sincera, por receio de ser desacreditado ou
por necessidade de ser verdadeiro consigo mesmo e com os outros; a autoapresentação cínica, quando o
candidato age de forma exagerada ou até mesmo com falsidade, e a autoapresentação excludente, quando o
candidato omite informações negativas sobre si mesmo e tenta transmitir uma
versão editada de como ele realmente é.
As estratégias de Gerenciamento de Impressões e sua
aplicação no Aprendiz
As estratégias de GI
referem-se às tentativas dos candidatos de causar impressões de longo prazo. De
acordo com Carvalho e Grisci (2002), as principais estratégias de GI são a
insinuação, a autopromoção, a exemplificação, a intimidação e a suplicação.
A autopromoção consiste nas tentativas de se demonstrar uma imagem de
competência, destacando habilidades. Deve-se ter o cuidado de não transmitir
uma imagem de arrogância e superioridade.
A exemplificação envolve a tentativa de expressar uma imagem de
virtudes morais como honestidade, ética e lealdade. O indivíduo que adota essa
prática deve ter o cuidado para não parecer hipócrita ou antipático ao querer
passar uma imagem de perfeição.
Exemplo do Aprendiz: no Aprendiz 1, o
participante Toni passou a impressão de ser uma pessoa extremamente ética,
especialmente em uma prova de desafios de lógica na qual ele pediu para não
participar porque já conhecia o desafio proposto.
http://www.youtube.com/watch?v=paoeI9OmTC8
A insinuação consiste na tentativa de se parecer uma pessoa amigável
ou simpática, sendo que isso não se trata de um desejo espontâneo de agradar
aos demais, mas de algo feito para se atingir um objetivo. O indivíduo que faz
uso dessa estratégia deve ter cuidado para não parecer bajulador.
Exemplo
do Aprendiz: no Aprendiz 3, a participante Bia foi
acusada pelo publicitário Luiz Lara de tentar demonstrar uma falsa imagem de
humildade.
A suplicação é a tentativa de se transmitir uma imagem de necessidade
de ajuda, com o objetivo de gerar, no outro, uma resposta de proteção e
auxílio. Essa estratégia implica no risco de se ficar com uma imagem permanente
de fraqueza.
Exemplo do Aprendiz: no Aprendiz 6, na
sala de reunião na qual Rodrigo Spohr foi demitido, estimulados pelas perguntas
do João Doria Junior, os participantes Ramon e Nathália Tiburtino citaram
problemas familiares e acabaram se livrando da demissão. Na época, muitos fãs
do Aprendiz atribuíram a permanência deles a uma postura paternalista do João
Doria Junior.
Por fim, a intimidação envolve as tentativas de se
transmitir uma imagem ameaçadora ou agressiva, tanto física como verbal. Ao
contrário do desejado, a resposta a essa estratégia pode ser de revolta ou
boicote, a invés de submissão.
Exemplo
do Aprendiz: um dos exemplos mais clássicos de tentativa de
intimidação utilizado por um participante do Aprendiz ocorreu no Aprendiz 5,
quando Sandra Sakuma desistiu do Aprendiz ao questionar a decisão do Justus de manter Henrique Sucasas e demitir Maura
Barreto.
Se vocês quiserem saber mais sobre Gerenciamento de Impressões em
processos seletivos, segue abaixo um interessante artigo utilizado como
referencial teórico desse texto.
Abraços!!!!!!!
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