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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Entrevista Exclusiva com Karine Bidart

Por Aprendiz Coelhocratas


Karine Bidart foi a nona eliminada do Aprendiz, o Retorno. Nesta entrevista exclusiva ela afirma que foi fiel aos seus princípios, que participou muito bem de três das cinco tarefas que atuou e conta o que foi diferente nesta participação.


Ela afirma, "me mantive fiel aos meus princípios e crenças. Tenho clientes aqui fora, família, amigos, empregadores, pessoas que me conhecem e com as quais me relaciono no meu dia-a-dia e por isso preferi me manter quem eu sou, mesmo que isso pudesse significar minha saída".

Conta ainda que as filhas ficaram orgulhosas de sua participação e conta um fato engraçado: sua filha mais velha disse à Karine quando ela chegou em casa : “Nós aqui fazendo o maior esforço (pra ficar sem você) e você não faz a sua parte?”

Confira a entrevista completa!
Obrigada, Karine!

(Kelvyn Holanda) Karine, o que suas filhas acharam de sua participação? Ficaram orgulhosas da mãe? Assistiram a alguns programas juntas? 

(Karine Bidart) Minhas filhas ficaram muito orgulhosas, sim. Elas são muito espertas e exigentes. Quando cheguei em casa, após ser demitida, minha pequena Yasmin, que tem 9 anos, disse “Mãe, por que você inventa essas coisas?” e a minha mais velha Victória, que tem 11 anos, disse “Nós aqui fazendo o maior esforço (pra ficar sem você) e você não faz a sua parte?” Hahahahaha! No momento em que me viram elas não gostaram muito que eu tinha sido demitida. Mas depois, assistindo aos programas, elas entenderam que tudo era um jogo e que eu não tinha perfil mesmo para estar ali.

(Aprendiz Coelhcratas) O que a motivou na terceira temporada e o que a motivou agora, para o Retorno?

(Karine Bidart) Na terceira temporada eu estava numa situação muito diferente. Eu estava casada fazia 5 anos e tinha parado de trabalhar pra cuidar das crianças. Somado a problemas pessoais, eu estava com a auto-estima lá embaixo e precisava fazer algo que me tirasse daquela inércia toda em que eu estava. Dessa vez, no Retorno, eu voltei apenas porque acreditava que podia ganhar. Mas eu não precisava provar nada pra mim. Além disso, nas duas temporadas o que me motivou sempre foram minhas filhas. Filhos aprendem pelo exemplo. Não adianta dizer “Não coma tanto doce, que faz mal” se você também come. Assim como não adiantaria dizer “Sigam seus sonhos” ou “Nunca desistam” se eu não fizer o mesmo.


(Eder Barreto Mourão) Karine, as palavras dirigidas pelo Roberto durante a sua demissão serviram para comprovar que esta nova fase é a melhor fase da Karine ou ainda há, lá dentro, uma vontade de reviver aquela Karine aguerrida e tão elogiada na 1ª participação? De certa forma você se viu em uma pequena crise existencial ou tudo já está muito bem resolvido dentro de você?

(Karine Bidart) Sabe, na verdade eu concordo que não sou combativa no sentido de armar confusões e tentar me destacar criando problemas. Foi isso que eu quis dizer. E tenho orgulho de ter chegado até aqui assim! Para mim, é sinal de maturidade e não de fraqueza. Na terceira temporada eu fui a mesma Karine, apenas caí num grupo mais civilizado e de gente mais educada e que jogava limpo. Sobre a frase que ele usou, dizendo que eu estava sendo coadjuvante, eu discordo. No programa eu tive sim um papel de destaque em várias tarefas. Desde a minha liderança, eu fui chave para todas as vitórias do Sinergia. Se eu não estivesse no grupo, eles não teriam feito tudo que fizeram. Comparando com a terceira temporada, eu fui líder na mesma tarefa, a 5a., e perdi! Nessa eu ganhei! Mas o Roberto presta mais atenção em quem vai às salas de reunião e esperneia do que em quem ganha desempenhado um bom papel. Quando o Roberto me perguntou se naquele momento eu me contrataria, eu não quis dizer que entre aquelas pessoas eu era alguém que não deveria ser contratada. Eu quis dizer que eu sabia que eu ainda tinha muito pra mostrar e que eu ia superar as expectativas, porque o programa ainda não tinha terminado. Mas ele preferiu quem mentiu e disse arrogantemente que já estava pronto e tinha mostrado tudo que podia.

(Lucas Lattari) Karine, refletindo sobre os eventos pós-demissão, o que você acha que faltou para ir mais longe no programa? O que você faria de diferente?

(Karine Bidart) Eu faria uma única coisa diferente. Nas dinâmicas das salas de reunião um comportamento bem comum é que quando ainda temos muitos participantes e a coisa está fritando para alguém, todos os demais ficam quietos. Se você não é o líder nem está envolvido em nenhum embate dentro da sala, seu instinto de sobrevivência fala mais alto e você tende a ficar mais quieto. Eu me arrependo amargamente de na sala de reunião da tarefa 2 não ter criticado mais a liderança da Melina, que foi escandalosamente horrorosa, além do resultado pífio, com ela sendo tirana em relação ao preço dos vestidos, com as meninas tendo que implorar para vender os vestidos nas lojas no segundo dia (e ela deixou levarem somente 10 vestidos dos 50), com ela sumindo por 4 horas no meio do segundo dia para visitar uma instituição que receberia a doação dos vestidos, sem atender sequer o celular, quando ainda não tínhamos nenhuma empresa patrocinando a ação... enfim, ela cometeu erros gigantes e eu expus apenas parte deles e nem com tanta ênfase, porque sabia que o foca da briga não era eu. Talvez, se eu tivesse sido mais assertiva naquele momento, tudo tivesse sido diferente.

(Yago Tanaka Gonçalves) O Justus sempre demonstrou um carinho imenso por você. Você guarda alguma mágoa da sua demissão na terceira ou nesse temporada?

(Karine Bidart) Guardo, sim! Na terceira temporada ele convidou 3 presidentes de empresas para entrevistarem os candidatos. Só que eles realizaram as entrevistas sem saber nada do nosso desempenho no programa. E como os três me indicaram para sair, o Roberto ignorou tudo que eu tinha feito ao longo do programa e me demitiu. Não achei que teria sido assim, tanto esforço por nada. 
E nessa temporada foi ainda pior! Uma coisa que me incomodou é que as regras do jogo mudavam segundo as vontades do Roberto. Com toda a admiração que tenho por ele, ele mudou 2 vezes as regras só na sala em que fui demitida. Ele salvou a Renata da segunda parte, sendo que se o líder estivesse escolhendo errado, ele deveria pagar isso com sua demissão, como sempre foi. E depois ele disse que a Mel estava livre, que ela não seria demitida, e deixou que ela permanecesse na sala (isso não mostrou na edição). Daí tudo que eu falava de mim, tentando me defender, ela me atacava livremente, sem medo de ser demitida.


(Luciana Santos) Karine, você se arrepende de ter feito uma critica tão pesada à sua colega de equipe Renata, em uma entrevista, a chamando de burra com iniciativa?

(Karine Bidart) Não me arrependo, não. Era assim que a Renata estava agindo naquele momento e fiz a crítica na hora certa. Tanto é que isso veio à tona na sala de reunião e nenhum dos conselheiros ou o próprio Roberto Justus me criticou por isso. Eles me apoiaram de estar reclamando das atitudes dela naquele momento. Mas isso não quer dizer que a crítica valia para sempre. Eu consigo muito bem separar os conflitos de trabalho da análise que faço da capacidade dela. A Renata demonstrou ter uma das características mais importantes para um bom profissional: ela está disposta a aprender. Então ela ouve feedback e, mais do que isso, ela toma atitudes para melhorar. Ela mostrou muita evolução ao longo das tarefas. Quando ela melhorou, eu reconheci e elogiei. Tento ser sempre coerente. Hoje a Renata tem a minha torcida para ganhar o programa.

(Italo B. Filho) Karine, na sua visão, como você avalia a sua participação nesta edição? Você se incomoda quando são feitas comparações entre a sua participação na edição 9 e na edição 3?

(Karine Bidart) Eu acho que fui muito bem nessa edição. Eu fui honesta comigo mesma, mantive minha integridade e optei pelo caminho de ser quem eu sou. Não valia a pena jogar esse jogo que vai contra os valores que eu acredito. Eu não estava ali pra mostrar sem fazer, eu estava fazendo, trabalhando. O Roberto usa muito uma frase “Não basta ser, tem que parecer”. Mas não dá só pra parecer também, precisa ter conteúdo. E tem gente aí no programa tentando só parecer. Pra mim, eu fui tão bem nessa quanto na outra edição.

(Julio Silveira) Karine, você acha que algumas críticas feitas por você a outros participantes foram um pouco pesadas? Muita gente achou, em alguns momentos, você arrogante (inclusive eu), mesmo tendo percebido depois que não é bem assim. Foi uma estratégia de jogo para tentar diminuir os adversários em algum momento? Você acha que se colocou mal, não foi bem interpretada, realmente é a sua opinião ou foi estratégia?

(Karine Bidart) Vamos lá.... Primeiro temos que entender do que estamos falando quando falamos de arrogância. Arrogância significa falta de humildade. E o que é humildade? Humildade é saber o real e verdadeiro valor que se tem, nem mais, nem menos. Então, nesse sentido, não me considero arrogante. Conheço minhas virtudes e me orgulho delas. Em muitas situações, a arrogância é considerada uma coisa boa, por ser uma coragem de assumir as próprias opiniões ou personalidade. A arrogância só tem um sentido negativo quando ela é apontada pela inveja de alguém que se sente incomodado! Inclusive, a inveja é um pecado capital da igreja católica, e a arrogância não! Arrogância não é soberba.
Dito tudo isso, eu apenas critiquei meus adversários da maneira que eu estava mesmo vendo. Não foi estratégia, não fui mal interpretada, apenas expus minha opinião baseada em fatos que vi ao longo das tarefas.

(Kelvyn Holanda) Karine, em qual tarefa você considera que teve sua melhor performance? E também gostaria de saber qual o diferencial que a Karine Bidart impôs na equipe Sinergia desde a terceira tarefa, através de sua autoavaliação?

(Karine Bidart) Tive excelente performance em três tarefas: na tarefa 5 do Smiles, quando fui líder, na tarefa 7 do Peugeot e na tarefa 8 da Universal Studios Orlando. E vou explicar, porque todo mundo pergunta o que aconteceu que a edição não mostrou.
Na tarefa 5 do Smiles, na hora de decidir que rumo tomar, a Melina disse que não concordava com a escolha de uma história de saudade e triste. Ela disse com todas as letras que achava que tínhamos que ir mais no mote da campanha do Smiles, que era engraçada, e que não precisávamos ir tão longe, no Alagoas. Nesse momento eu disse que era a líder e que estava tomando a decisão de ir atrás da história que eu considerava mais emocionante. Na edição, mostram apenas eu dizendo isso e o Solano concordando comigo. Fora a decisão ter sido acertada, eu gravei todas as imagens que usamos e depois editei tudo, criando um título, escolhendo cenas e músicas, e consegui deixar o vídeo bem emocionante mesmo. Eu amei fazer essa tarefa e o resultado foi lindo.
Na tarefa 7 do Peugeot, o Solano não conseguiu ter pulso firme com a Melina. No início da tarefa, ele me disse para ir com o Jota fechar o Shopping. E a Melina interferiu e disse que ela teria que ir porque ela não queria ficar com a Renata. Para não ter confusão, até porque eu queria ganhar, eu topei ficar com a Renata e ir atrás da concessionária. Só que deixaram pra mim tudo que dependia de ligação e eu estava na rua conversando com as pessoas, porque temos que fazer tudo em duplas e a Renata precisava negociar algumas coisas com a concessionária. Mas mesmo de dentro do carro eu consegui fechar os personagens, o tapete e os balões, que foram o diferencial da nossa tarefa. Fora o pessoal das luzes e TVs de plasma, que era um contato meu da tarefa 4. E depois ainda atendi mais de 300 pessoas no Shopping. Sem contar que nessa tarefa aprendi a trabalhar com a Renata e nos rendemos bem juntas.
Na tarefa 8 da Universal Studios Orlando as pessoas chegaram a me criticar porque eu tinha dito que a Melina e o Jota usavam a técnica de ficar sempre perto do líder para se beneficiarem e que eu supostamente teria feito o mesmo, porque ganhei a melhor da tarefa. Para essas pessoas, quero dizer duas coisas: primeiro que todo o grupo ficou junto o tempo todo, e segundo que foi a Melina que ficou grudada em mim a tarefa inteira porque eu acertava tudo, tive sacadas muito rápidas e pensei fora da caixa o tempo todo. Depois o grupo mesmo sentiu que eu tinha me destacado muito e começou a dizer que eu sabia as respostas porque já tinha ido ao parque. Mas sabemos que isso foi pura inveja e medo da concorrência!!! Eu destruí nessa prova, e tanto que acabamos cada parque 1 hora antes, quando o outro grupo sequer conseguiu terminar o quiz. 

(Clariana Albuquerque) Karine, você considera que os conflitos com alguns participantes foram decisivos para a sua eliminação? Você em alguns momento se sentiu desmotivada com o rumo que o jogo tomou ou realmente o seu esgotamento emocional te levou a entregar os pontos?
(Karine Bidart) Com certeza os conflitos foram decisivos em vários aspectos. Primeiro porque as pessoas do meu grupo de cara não gostavam de mim. Mas eu sou assim, não fico puxando o saco e dizendo que “a-d-o-r-o!”, como alguns participantes fizeram. Além disso, teve muita gente fazendo intriga sem mostrar a cara, e isso minou muitas relações. Fui julgada antes de verem meu trabalho. Sei que alguns participantes só entenderam que eu jogava limpo quando saíram do jogo. Mas tudo bem, esses serão meus amigos pra sempre. Eu fique extremamente desmotivada quando vi que o Roberto estava valorizando muito mais uma postura de quem se vende como criativo, mesmo que as ideias não sejam pertinentes, como alguém que não erra nunca, mesmo que isso não seja verdade e a pessoa esteja apenas fugindo da responsabilidade, como alguém que fala muito mais do que faz. Sim, isso desmotiva qualquer um, seja nesse jogo ou dentro de uma empresa. Mas não entreguei os pontos. Eu apenas me mantive fiel aos meus princípios e crenças. Tenho clientes aqui fora, família, amigos, empregadores, pessoas que me conhecem e com as quais me relaciono no meu dia-a-dia e por isso preferi me manter quem eu sou, mesmo que isso pudesse significar minha saída.

5 comentários:

Anônimo disse...

Perfeita!

Anônimo disse...

Massa a entrevista. Eu adorava a Karine, mas confesso que a senti menos motivada nessa temporada. Além disso, soma-se a estratégia do Jota e Melina, a ''duplinha". Pena que a Melina está na final.

Anônimo disse...

Não estava torcendo por ela, mas dá pra ver que ela é bem verdadeira...

Professor Gilmar disse...

Fantástica entrevista. Parabéns pela retidão, Karine. Deu um exemplo que suas filhas levarão pela vida.

cica disse...

Parabens Karine!
Voce foi autentica, forte firme e decidida!
Seras sempre o orgulho de tua flia e amigos!