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sábado, 26 de abril de 2014

O problema de audiência do Aprendiz é mais embaixo

Por A Blogueira

Gente olha só: me colocaram para comentar no sábado. Esse é um dia glorioso porque é quando (pelo menos no meu blog) tem um grande tráfego - só perde para sexta-feira no final da tarde, e também porque fica entre o fechamento de uma tarefa com SR e a abertura de outra, o que dá mais munição para a gente escrever.

Então acaba sobrando para mim comentar a tarefa passada e especular sobre a próxima. Até cheguei a pensar em fazer isso essa semana, falar do circo, da feira e da prova do exército que vem por aí (ai meu Deus do céu, era só essa que faltava). Mas decidi falar sobre algo diferente.

Gente, essa foi a primeira semana da temporada Aprendiz CELEBRIDADES. CÉ-LÉ-BRI-DÁ-DES. O mínimo que um ser humano poderia esperar seria uma boa audiência na estréia e no episódio subsequente. Afinal de contas, quem aí não gosta de uma celebridade?




Pois os resultados do IBOPE não poderiam ser mais desanimadores. A Record ficou atrás do SBT (SBT!) na estréia (estréia!) da temporada e a audiência no segundo episódio foi ainda menor.


E a culpa, de quem seria? Do Roberto Justus? Da Produção? Do Bispo? Da Dilma?



Gente, olha só, muito já foi discutido no meu blog, nas mídias sociais, no YouTube, na mídia corporativa, saiu até na Veja (ECA!) sobre o problema da audiência do Aprendiz. Mas ninguém comenta uma coisa: TV já era e quem assiste TV está (LITERALMENTE) morrendo. 


Hoje em dia,  uma atração como é O Aprendiz tem que ser consumida de outra forma, como parte de um pacote envolvendo a participação do público, muito mais interativo e é claro, acessível de inúmeras formas que não seja somente através da TV naquela data e horário pré-definidos por um João Ninguém.

Pois não é nada disso que a Record está fazendo. De que forma a gente consegue interagir com O Aprendiz sem ser via Blogger, Twitter e Facebook da comunidade Coelhocratas? Que palhaçada é essa de terceiro conselheiro que não é em tempo real? Me poupem!

Logo após a exibição do programa pela TV, a Record já colocou estampado de todo tamanho no site quem tinha sido demitido. Isso é para avacalhar com a graça de quem não assistiu o programa pela TV e vai procurar outro meio, como por exemplo o canal BRUSP. Ou seja, se você não conseguiu ficar colado na frente de uma TV (e eu conheço muita gente que nem tem TV), você dançou, segundo os gênios da Record.

Como diria meu amigo Otário, "não fode né?"


Ao invés de tentar combater uma realidade - a fuga da televisão, a Record deveria estimular os consumidores a buscarem conteúdo de outras formas que não seja pela TV. Por exemplo, deveriam disponiblizar o vídeo gratuitamente. É isso o que as transmissoras de conteúdo fazem no mundo civilizado. Se você quiser, pode assistir o programa no site da emissora algumas horas depois de ter sido exibido na TV. Mas aqui na colônia, a gente continua vivendo como na década de 70.

Eu compreendo que o problema é a estrutura da indústria. Certamente, a Record não pode disponibilizar o vídeo gratuitamente por conta de acordos comerciais e, enfim, o jeito de fazer negócio neste país - sempre foi assim e sempre será. O que é preciso acontecer para o Brasil avançar, quebrando o oligopólio da distribuição de conteúdo?

Na civilização (ou seja, beeeeeeeeeem longe daqui), a estrutura de indústria já foi transformada radicalmente graças a inovadores como, por exemplo, Netflix e Amazon. Conteúdo já não depende de TV, não depende nem de distribuição/intermediário, muito pelo contrário, é consumido pelas pessoas quando elas quiserem, da forma como desejarem, no dispositivo de sua preferência, sem terem que engolir a porcaria dos anúncios de manteiga, sabão em pó e algum deputado ou candidato a presidente.

Impressionante como O Aprendiz, apresentado pelo gênio da mídia, um iluminado cujo QI supera o do Einstein, não vai nessa direção. Muito antes pelo contrário, é um conteúdo como outro qualquer, um mero programa de TV concorrendo com o Ratinho. O RATINHO!


Enfim, já escrevi demais, mas escrevi o que queria. Pois comentar prova de circo, feira (PS.: Amon, você vai ficar tocando violino em tudo quanto é tarefa, meu amor? É essa sua "criatividade"?) e exército para mim não dá. Simplesmente não dá!

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