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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Entrevista Exclusiva com Braga Jr.

Por Aprendiz Coelhocratas

Antonio Carlos Braga Jr. começou a trabalhar aos 12 anos de idade. Seu primeiro emprego foi motivado pela vontade de comprar um video game. Três games vendidos depois, ele comprou seu primeiro computador e começou seu primeiro negócio. Comprou um scanner de mesa e uma impressora colorida, coisas que eram muito raras na época. 

Trabalhando em casa, produziu convites, digitou trabalhos e scaneou fotos. Fez cartões de visita sobre o trabalho e distribuiu para os amigos.

Em 96 trabalhou, pela primeira e única vez com carteira assinada, momento em que desenvolveu seu primeiro site, sem nunca ter feito isso e mal entender sobre internet. Foi quando ele começou a estudar informática e esta passou a ser sua vida: trabalho, estudos e desenvolvimento de sites nas madrugadas. 


Braga me contou que sempre pensou em cursar medicina. Acho que, mesmo assim, os ventos o levaram para a área que ele atua nos dias de hoje. Aos 20 anos ele já era sócio de uma empresa, a Flash Network. Ele conta, nesta entrevista, como surgiu a sua atual empresa, a BS2 Internet: "Éramos em 6 sócios e pouco tempo depois, em 2001, eu e mais um sócio saímos montamos e montamos a BS2 Internet, uma empresa prestadora de serviços para internet (ISP) que foi incubada na Infomar, Incubadora de Tecnologia de Maringá."

Ele ainda me disse que foi durante o show do U2 que teve a ideia para a Automaticket, a empresa de ingressos que montou "Em 2006, para sair da crise, comecei um novo negócio chamado Automaticket Ingressos e me inscrevi no Aprendiz 4 - O Sócio com um projeto que começei na faculdade de Engenharia de Produção chamado CRMALL.", disse, nesta entrevista.

Sobre o Aprendiz e sobre dinheiro, ele é categórico: "Sempre trabalhei para fazer o melhor e o dinheiro é uma consequência de um bom trabalho."

Nesta entrevista exclusiva ele conta muito mais sobre o retorno, sobre sua carreira e sobre sua torcida: "Solano pensa fora da caixinha. Ele é o grande vencedor de tarefas na história do Aprendiz."

Confira! Desde já agradecemos a participação, Braga!


(Lucas Lattari) Braga, queria saber mais como surgiu esse seu interesse por tecnologia. Como foi o início da sua carreira e das suas empresas? Quais são as principais dificuldades no cotidiano de suas empresas?

(Braga Jr.) Meu interesse por tecnologia começou muito cedo. Eu comecei a trabalhar aos 12 anos em uma locadora de  video-game. Nesta época o meu principal objetivo era comprar um Super Nintendo. Comprei o video-game e era apaixonado por aquilo. Comecei a jogar Street Figher II e ganhei 2 campeonatos, um deles com mais de 200 pessoas sem perder nenhum round e ganhei mais dois video-games. Meus pais, preocupados comigo, me incentivaram a vender os meus 3 video-games e comprei meu primeiro computador, um 486 DX2 66mHz com 2 megas de memória RAM e com 20 megas de HD. Foi ali que começou minha grande paixão por tecnologia. O computador nem rodava Windows ainda, era tudo feito em MS-DOS e eu já achava aquele mundo fascinante. Fiz um cartão de visitas divulgando diversos serviços como digitação de trabalhos, restauração de fotos, convites de casamento... Comecei trabalhando em casa, depois trabalhei em uma Indústria de Antenas (Antenas Aquário), fui trabalhar em um Bureau de Editoração e depois montei minha primeira empresa, aos 20 anos, chamada Flash Network. Éramos em 6 sócios e pouco tempo depois, em 2001, eu e mais um sócio saímos montamos e montamos a BS2 Internet, uma empresa prestadora de serviços para internet (ISP) que foi incubada na Infomar, Incubadora de Tecnologia de Maringá. Em 2001 também entrei no curso de Engenharia de Produção com ênfase em Software na UEM (Universidade Estaduar de Maringá). Em 2004 - 2005 passamos por um momento de crise muito forte e ficamos muito individados. Em 2006, para sair da crise, comecei um novo negócio chamado Automaticket Ingressos e me inscrevi no Aprendiz 4 - O Sócio com um projeto que começei na faculdade de Engenharia de Produção chamado CRMALL. O faturamento da BS2 estava em uma queda brusca devido aos grandes concorrentes no mercado e eu precisava de algo novo para sair daquela situação. Após minha demissão em 2007 resolvi investir no plano de negócios que fiz para participar do Aprendiz e a nova empresa começou a dar certo. Em paralelo a isso a Automaticket também começou a crescer e a empresa se estabilizou em 2009.
As principais dificuldades no cotidiano das empresas foram as cargas tributárias do nosso país e também a falta de experiência em um mercado tão dinâmico. O tempo todo temos que estar preparados para mudanças e ao mesmo tempo fazer com que o time todo mude junto com a empresa.

(Endrik Raphael e Daniel Simões) Na sala de reuniião, você falou para o Roberto que não estava no programa pelo dinheiro. Em sua visão o dinheiro é consequência do programa. Qual é então o real motivo do seu retorno, mesmo você tendo seu próprio negócio? Teve alguma coisa com o fato da sua saída naquele episódio de sua demissão em O Aprendiz 4?

(Braga Jr.) Endrik e Daniel, eu nunca trabalhei por dinheiro. Sempre trabalhei para fazer o melhor e o dinheiro é uma consequência de um bom trabalho. É obvio que quando estamos jogando temos que estar atendo ao placar. Dinheiro não aceita desaforos e rico é aquele que gasta menos do que ganha. Eu estava no Aprendiz para viver uma nova experiência, um novo desafio. Na minha cabeça eu ainda estava em busca de um sócio, no caso o Roberto Justus, assim como foi quando eu participei do Aprendiz 4 - O sócio. Eu era o único da minha temporada e talvez o meu perfil era um pouco diferente dos outros participantes. Eu não estava lá para criticar nenhuma pessoa, estava lá para discutir idéias e mostrar um bom trabalho. Eu não ficava dando "show" para as câmeras e talvez por isso a edição me mostrou um pouco passivo ou introspectivo. Minha demissão no Aprendiz 4 foi, assim como agora, muito estranha. As duas vezes eu fui demitido sem ter feito uma grande besteira. No Aprendiz 4 o Roberto chegou a falar para o Fábio no episódio seguinte a minha demissão que deveria tê-lo demitido e não eu. Acho que por isso eu estava com um "gostinho de quero mais".

(Lucas Lattari) Braga, você acredita que profissionais da área de TI levam desvantagens no Aprendiz, considerando que as empresas do Justus e a vaga em questão possuem maior foco no mercado publicitário? Quais qualidades você observa que um profissional de TI agrega no Aprendiz?

(Braga Jr.) Eu não acho que profissionais da área de TI não deveriam levar nenhum tipo de desvantagem no Aprendiz. A vaga é para empresa Grey, da área de marketing digital, e acho que neste sentido profissionais de TI chegam a levar vantagem. O problema é que muitas vezes trabalhos feitos no computador não são mostrados pelas câmeras e isso sim pode ser uma grande desvantagem. O Roberto chegou a me falar "Não basta ser, tem que parecer" e ficar nos bastidores pode atrapalhar no Aprendiz. Nesta temporada eu percebi que muitas coisas boas que fiz utilizando smart fones e computadores chegaram a me atrapalhar. Na tarefa dos Vestidos de Noiva eu e o Ronaldo Gaspariam chegamos a enviar mais de 250 SMS para os outros participantes 6 participantes com os status da nossa tarefa e com novos contatos para vendermos os vestidos de noiva utilizando um modem 4g no notebook. Esta ação foi fundamental para vendermos os vestidos e vencermos a tarefa e isso nem chegou a ser mostrado no programa. Neste caso nós fomos e não parecemos e mesmo assim chegamos a ganhar como "os melhores da tarefa" de acordo com o líder Guilherme. O prêmio acabou sendo entregue ao Ronaldo pois apenas um poderia ser premiado.



(Aderson Bezerra, adaptada por Aprendiz Coelhocratas) Braga, ficou evidente pra mim que você tem um perfil muito introspectivo, sempre com cara de poucos amigos ou parecendo que alguma coisa não está agradando, você realmente é desse jeito no seu dia-à-dia? Se sim, você considera esse comportamento um defeito ou não afeta o seu trabalho ? A que você atribui aquela frase final do Justus "Não basta ser, tem que parecer"?

(Braga Jr.) Aderson, acho que esta imagem que ficou no programa não reflete o que realmente eu sou. Acho que a edição pode ter mostrado um pouco isso. Eu sou muito sério quando estou trabalhando e brinco muito em outros momentos. Sou competitivo, não gosto de perder mas eu sei perder e isso não afeta meu trabalho de forma negativa. Não sei se chegou a ver o que os outros aprendizes falaram de mim após minha demissão e vendo isso além de ficar muito feliz tenho certeza de que não sou introspectivo e nem tenho cara de poucos amigos... rs

(Daniel Simões) Você tem uma empresa muito bem sucedida aqui fora. Você a largaria para se tornar um dos colaboradores da Grey? Caso sim qual é o motivo? Continuaria ainda em seu negócio?

(Braga Jr.) Daniel, eu, sem dúvida, trabalharia na Grey. Trabalhar ao lado do Roberto e do Walter seria um grande aprendizado mas o meu objetivo mesmo é mostrar um projeto que tenho para ano que vem de internacionalizar a minha empresa com uma unidade no Vale do Silício na cidade de Moutain Ville na Califórnia, EUA. 

(Morien Bendinelli) Braga, a Maytê mostra ser uma pessoa que necessita tanto ser "freada", que contrasta com outros participantes, os quais, quando comparados, acabam ficando com a imagem de que precisam ser "empurrados" (conceito apresentado pelo próprio Roberto Justus, em outra edição). Você concorda com essa afirmação? Acredita que isso possa ter sido exatamente o principal motivo de sua demissão?

(Braga Jr.) Morien, eu não concordo com esta afirmação e acho que o Roberto nem quis dizer que eu preciso ser empurrado. Ele falou que tenho um perfil Low Profile e isso não quer dizer que preciso ser empurrado. O feedback que me deu foi de que preciso melhorar o meu marketing pessoal e eu, sinceramente, prefiro ser do que parecer. Quem realmente é o tempo faz parecer.

(Yago Tanaka Gonçalves, adaptada por Aprendiz Coelhocratas) Qual dos aprendizes você não contrataria para a sua empresa? Tem alguém de uma outra edição que merecia ter entrado no programa?

(Braga Jr.) Yago, ali todos foram muito bem selecionados e competentes e é mais fácil eu falar quem eu contrataria. Eu contrataria vários aprendizes! A Karina, Karine, Dani, o Ronaldo, Guilherme, Nakao, JJ, Lucas. São pessoas com características bem diferentes e talvez eu contrataria cada um para uma função. Uma pessoas que já falei diversas vezes que contrataria e eu acho que vence o Aprendiz agora é o Solano. O Solano é um talento em pessoa! Novo, inteligente e uma ótima pessoa. Minha torcida é por ele!
Em relação a outras edições vou falar da que participei, da quarta temporada. Acho que mereciam entrar o Márcio, a Mariana e o Pedro. São pessoas que gosto muito e poderiam ter tranquilamente entrado nesta temporada.

(Aderson Bezerra) Braga, sobre o Solano, profissionalmente, quais qualidades você percebeu que ele possui ou que foram comentadas pelos demais aprendizes no decorrer das tarefas?

(Braga Jr.) Aderson, o Solano pensa fora da caixinha. Ele é o grande vencedor de tarefas na história do aprendiz. Ele consegue interpretar muito bem os objetivos das tarefas e consegue soluções que outras pessoas não pensaram e que realmente fazem a diferença. É uma pessoa que, assim como eu, também não se vende o tempo todo. Mesmo sem se vender é muito fácil qualquer um perceber o quanto ele é bom, competente e talentoso.

(Rodrigo Colucci, adaptada por Aprendiz Coelhocratas) Braga, quais as lições que você tiradas suas duas participações do programa? Você mudaria (no caso, suas atitudes) algo para vencer?

(Braga Jr.) Rodrigo, a principal lição que tiro do Aprendiz é que somos capazes de fazer muito mais do que acreditamos. As tarefas são incríveis e muitas vezes parecem ser malucas e impossíveis e no final acabam sempre tendo um bom resultado. Nós não temos limites em relação às nossas capacidades e somos capazes de coisas impossíveis! Eu não mudaria nada para vencer. Tenho meus princípios e não deixaria a verdade de lado nem para ganhar um milhão.

(Adailton César Júnior, adaptada por Aprendiz Coelhocratas) Quais são as experiências absorvidas em suas participações no Aprendiz?

(Braga Jr.) Adailton, nas minhas participações ficam as experiências e aprendizados em relação ao confinamento (que foi muito difícil), convivência em um ambiente muito competitivo e tarefas com desafios e prazos praticamente impossíveis. Uma coisa que me marca muito é a questão de darmos valor às pequenas coisas da vida. Quanto vale um café da tarde com um amigo? Depois do confinamento você percebe que isso não tem preço! O Roberto constuma falar que participar do Aprendiz é mais do que uma Pós-graduação ou um MBA. Eu concordo plenamente com ele!

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