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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Entrevista Exclusiva com Carlos Nakao

Por Aprendiz Coelhocratas

Carlos Nakao foi o sexto demitido da temporada do Retorno. Querido por muitos, inclusive pelo próprio Roberto Justus, ele conta, nesta entrevista, como surgiu o convite para voltar ao Aprendiz.

Quando perguntado sobre sua participação ele conclui, facilmente, que venceu: "Por isso, quando fui demitido, disse ao R7 que venci! A vitória está implícita nas entrelinhas, nunca é obvia e evidente. De fato, me sinto vencedor do Aprendiz!".

Ele conta que se lembrava do filho - pra quem deve dar o exemplo - e de sua esposa "imaginava o quanto ela ficaria decepcionada se eu também me comportasse desta maneira baixa, e desta forma eu ficava blindado de todo e qualquer comportamento inapropriado."


Nakao conta suas experiências profissionais e pessoais nesta entrevista e mostra que realmente é um cara do bem e diz: "Bola pra frente! Conviverei bem com a derrota no Aprendiz, pois sei que mantive meus princípios intactos e no fundo do meu coração, me sinto um vencedor." Confira!

(Aprendiz Coelhocratas) Como surgiu o convite para o Retorno? O que lhe motivou a participar novamente do Aprendiz?

(Carlos Nakao) Fiquei muito feliz, pois o próprio Roberto me convidou por telefone. Quando ele fez o convite tive uma grande surpresa, pois não imaginava que iria haver outra versão do Aprendiz com ex-participantes.... Tão logo recebi o convite senti uma imensa vontade de voltar ao Aprendiz! O que me motivou a participar foi à oportunidade de vir a trabalhar diretamente com o Roberto, ingressando no Grupo Newcomm pela “porta da frente”, através de um processo seletivo extremamente rigoroso desenvolvido por meio do programa que considero o mais inteligente da televisão brasileira. Esta foi minha motivação para este desafio!

(Denilson Lisbôa e Everton Lima, adaptada por Aprendiz Coelhocratas) Nakao, fale-nos um pouco da sua carreira profissional.

(Carlos Nakao) Curiosamente, minha carreira não tem nenhuma relação com o mundo da publicidade. Sou um engenheiro que direcionou sua carreira para a área de finanças e negócios. Complementarmente, fiz duas pós-graduações entre os anos de 2000 e 2005 e venho trabalhando há mais de 16 anos em áreas financeiras de grandes empresas. Atualmente sou diretor de uma multinacional europeia de grande porte. Tenho muito orgulho de minha carreira, que sempre foi construída com muito trabalho, esforço, superação e honestidade.

(Jocafe Castro) Quais foram as maiores provações da sua vida? Você já comentou em outras entrevistas que já enfrentou muita coisa e que sua vida sempre foi de muita superação. Conte-nos mais sobre essas experiências.

(Carlos Nakao) Eu realmente gosto muito dos momentos em que a vida nos coloca à prova. Para mim, são os desafios que nos motivam a ser o nosso melhor e eu busco continuamente estas situações em minha vida. Não precisa nem dizer o quanto eu sou competitivo... Considero como um grande exemplo de superação a minha carreira acadêmica, pois optei por um dos cursos mais disputados em uma das universidades mais fortes do Brasil. Com grande esforço hoje sou um engenheiro formado pela USP.  Tenho muito orgulho de ter conquistado isto sem ter um QI extraordinário. Na verdade, sou uma pessoa com uma inteligência comum e este título foi conquistado com 99% de esforço e 1% de talento. Outro grande desafio em minha vida foram as minhas participações no Aprendiz. No total foram 17 tarefas, tendo acumulado 10 vitórias. Este retrospecto para mim é uma grande conquista, pois se trata de uma competição extremamente acirrada, com recursos mínimos, tempo limitadíssimo e onde qualquer detalhe faz muita diferença. Estas 10 vitórias representaram muito para mim e as levarei dentro do meu coração para sempre, especialmente por saber que, dentro das circunstâncias, eu não era nem de longe o favorito. Entre outras coisas, fez muita falta para mim o conhecimento técnico na área de publicidade e mesmo, o talento televisivo, pois não é para qualquer um trabalhar e manter a naturalidade com uma câmera te filmando. Na verdade, olhando para trás, observo que esta sempre foi a minha maior motivação, no Aprendiz e na vida: a motivação de vencer correndo por fora, não sendo o favorito. Reconheço que eu era e sempre fui o azarão do Aprendiz, e acredito que assumir esta condição não é demérito algum para mim, pelo contrário, entender estas limitações somente aumenta meu mérito por ter conquistado estas 10 vitórias e escrito uma história bonita no programa, uma história de superação e garra.

(Jocafe Castro e Rodrigo Colucci) Nakao, como você avalia a sua participação na primeira edição e nessa nova temporada? O que te faltou pra ir mais longe? Você tira qual lição da sua participação?

(Carlos Nakao) Em ambas participações demonstrei honra e lealdade. Foram estes os princípios que nortearam minhas duas participações no Aprendiz. Não consegui vencer: fui o sexto colocado em 2006 e décimo primeiro em 2013. Analisando o resultado, não foi tão bom quanto gostaria, mas dentro do conjunto de circunstâncias do programa, fico satisfeito. Acredito que se eu tivesse experiência no mercado publicitário e um certo talento televisivo teria ido mais longe.

(Italo Souza) Nakao, você faria algo diferente se pudesse voltar ao jogo?

(Carlos Nakao) Não faria nada diferente nem tampouco me arrependo de nada do que fiz. Se pudesse voltar ao jogo faria tudo da mesma forma, pois acredito que, lutando da forma como eu luto, certamente vencerei quando for a minha chance. 

(Julio Silveira) O que você acha que foi determinante para a sua demissão? Acredita que o desempenho na sala de reunião, onde não criticou com ênfase os demais participantes foi crucial para a demissão? Achou justa? Se não, quem deveria ter saído e por quê?

(Carlos Nakao) O desempenho na sala da reunião é crucial para o sucesso no Aprendiz. De fato, a sala de reunião é até mais importante do que a tarefa em si, pois a mística do programa é a do processo de decisão embasado nas acusações, intrigas e atritos que ocorrem na sala. Neste cenário, achei justa minha demissão, pois como o Roberto me falou no RJ+, “.... o Aprendiz é um programa onde saber se vender e saber ‘desvender’ o outro é decisivo”. Neste aspecto, deixo um pouco a desejar: não me vendo tão bem quanto outros candidatos e certamente não sei “desvender” o próximo de forma alguma. De fato, como falei em minha entrevista no RJ+, falar mal dos outros é uma tarefa que me desagrada profundamente. Usando uma frase dita pelo Braga: “Eu vim para o Aprendiz para trabalhar e não para ficar apontando os erros dos outros”. Certamente, esta postura não ajudou o Braga a ir mais longe, e também foi contrária a minha performance no Aprendiz.

(Bianca Portes, adaptada por Aprendiz Coelhocratas) Num mundo tão competitivo, como ser um líder equilibrado e manter-se são? Conte-nos o seu segredo.

(Carlos Nakao) Bianca, o meu segredo foi revelado na entrevista que dei ao R7 logo ao ser demitido. O tripé Família, Saúde e Trabalho é a forma que encontrei para viver num mundo competitivo e sempre me manter equilibrado. No Aprendiz, todos os participantes ficam tentados ao mau comportamento: ao conluio, ao conchavo, a agressão verbal infundada, a ironia, às metáforas preconceituosas, às mentiras (artifícios que foram plenamente utilizados por outros participantes), mas quando isto acontecia contra mim me lembrava de meu filho e do exemplo que eu devo dar a ele, me lembrava de minha esposa e imaginava o quanto ela ficaria decepcionada se eu também me comportasse desta maneira baixa, e desta forma eu ficava blindado de todo e qualquer comportamento inapropriado. Este é o poder da Família: o poder de te dar equilíbrio no momento da pressão. Da mesma forma, acredito que o Trabalho e a Saúde também são valores que te reequilibram. Pessoalmente, eu acredito que os três juntos – Família, Saúde e Trabalho – tornam você invencível! Por isso, quando fui demitido, disse ao R7 que venci! A vitória está implícita nas entrelinhas, nunca é obvia e evidente. De fato, me sinto vencedor do Aprendiz!

(Lucas Lattari) Nakao, considerando que o Justus valoriza muito uma postura mais "agressiva" na sala de reunião, você não acha que foi uma estratégia ruim elogiar seus adversários na sala de reunião? Qual foi de fato sua estratégia na segunda parte da sala?

(Carlos Nakao) Lucas, você está certíssimo. Considerando minha sobrevivência no programa, foi uma péssima estratégia elogiar meus adversários na sala de reunião. Eu me lembro de ter dito que a Karine é inteligente, que o Solano é carismático, que a Renata é aguerrida, entre outros.... O fato é o seguinte: eu não sei falar de outras pessoas sem ser justo sob a minha ótica. E apesar de estarmos em uma competição onde apenas um venceria, eu tive de falar a verdade para ser honesto comigo mesmo e com meus princípios. Isto foi péssimo para minha permanência no programa, mas sinto muito orgulho de mim mesmo, de minha postura e do meu modo de ser. Quanto a minha estratégia na segunda parte da sala, foi a mesma de sempre, a mesma que adoto em toda minha vida: falar a verdade, ser autêntico, agir com o coração, ser ético, demonstrar respeito e esperar que tudo isto seja suficiente para a vitória. Porque se isto não for suficiente, conviverei bem com a derrota desde que mantenha meus princípios intactos. 

(Everton Lima) Nakao, enquanto todos estavam acusando o Solano na sala de reunião, você fez o oposto e o defendeu veementemente. Muitos espectadores o criticam e o acusam de ser sem atitude. O que você viu no Solano que nós aqui ainda não podemos ver? Você tinha noção de que ele poderia ter sido demitido naquele dia e você talvez o tenha "salvado", arriscando a própria pele?

(Carlos Nakao) Everton, você tem toda razão, a demissão do Solano poderia ter me salvado. No entanto, sob o meu ponto de vista o Solano é a pessoa mais carismática que conheci em toda minha vida, tem um bom coração e é extremamente humilde. Como eu disse anteriormente, eu não sei falar de outras pessoas sem ser justo, de acordo com meus critérios. Por isso, apesar de estarmos em uma competição onde apenas um vence, eu tive de falar a verdade para ser honesto comigo mesmo e com meus princípios. Sei que isto foi péssimo para minha sobrevivência no programa, mas sinto orgulho de mim mesmo, de minha postura e do meu modo de ser. Bola pra frente! Conviverei bem com a derrota no Aprendiz, pois sei que mantive meus princípios intactos e no fundo do meu coração, me sinto um vencedor.

(Denilson Lisbôa, Everton Lima, adaptada por Aprendiz Coelhocratas) Quais são seus planos pós aprendiz e para quem é sua torcida?

(Carlos Nakao) Denilson, meus planos pós-aprendiz são viver intensamente a vida, cuidar de minha família, de minha saúde e trabalhar muito! Sei que vou vencer muitas batalhas nesta vida e estou supermotivado. Me sinto um garoto de 40 anos! Minha torcida é direcionada para vários aprendizes, existem muitos talentos lá dentro! Torço muito pelo Evandro, pois assim como eu, ele é um cara muito ligado à família e aos filhos. Torço pelo Júnior, porque é um estrategista, focado na vitória. Torço pelo Solano, pois gosto do seu carisma e do seu bom coração. Gosto muito da Karina pelo carisma, do Lucas pela garra, do Braga pelo talento, do Gui pela simplicidade, da Mariana pela simpatia, do Gaspar pela inteligência, da Dany pela autenticidade, da Maura pelo foco, etc..... Poderia ir longe nesta lista!  Acho que o Roberto vai ter (e já teve) muitas dúvidas, pois foram muitos bons candidatos.

Obrigada pela entrevista, Nakao!

2 comentários:

Danton disse...

o Aprendiz é um programa onde saber se vender e saber ‘desvender’ o outro é decisivo”. Neste aspecto, deixo um pouco a desejar: não me vendo tão bem quanto outros candidatos e certamente não sei “desvender” o próximo de forma alguma.

Sim,é a mais pura verdade. Infelizmente, "o Aprendiz" é um programa que incentiva muito esse perfil em vez do trabalho correto, do companheirismo e da demissão pela falta de ação na tarefa. Para quem sabe da história ou um pouquinho dela, o programa já teve várias coisas absurdas e nada ocorreu.

Unknown disse...

Enfim alguém que concorda comigo quanto aos erros gritantes do programa: Me lembro da Ana Carla da edição 8, que parou tudo para se maquiar, demissão na hora, ela se preocupou mais com a vaidade e com a estética do que com a tarefa do grupo, e no lugar quem saiu? O Wellington. Este programa deveria ser um exemplo para as empresas e os profissionais do Brasil, e no entanto, está deixando a desejar, é só assédio moral um atrás do outro. " A pessoa precisa trabalhar para viver e não viver para trabalhar", e infelizmente é isso que os reality show de negócios andam mostrando.