No meio do caminho tinha uma Birkheuer...

Por Luiz Gustavo Cristino

E eis que, sem grandes alardes (a audiência que o diga, infelizmente), o Aprendiz Celebridades finalmente estreou! Confesso que minha expectativa estava mista em relação ao programa. Sou um apaixonado pelo formato do Aprendiz e estava muito animado para uma edição com Celebridades, seguindo a tendência do The Apprentice, mas, ao mesmo tempo, preocupado com o que poderia ser dessa nova edição. Ao meu ver, foi um investimento “tudo ou nada” para a Record, e, apesar dos claros esforços para uma temporada de qualidade, a divulgação da emissora foi extremamente fraca e não havia como esperar um grande retorno do público. Pelos números que temos visto, esta será mais uma edição que teremos de acompanhar como se fosse a última. O lado bom é que, a julgar pela primeira semana do programa, se esta realmente for a despedida do Aprendiz, o show nos deixará em grande estilo.

O primeiro episódio, apesar de ter sido bem mais “Celebridades” do que “Aprendiz”, foi, na minha opinião, um sucesso em termos de entretenimento. Apesar disso, preciso ressaltar que considero um tiro no pé essa decisão de estrear sem exibir uma tarefa, sem mostrar de fato a que veio a temporada. Digo isso porque o Aprendiz Celebridades tinha tudo para atrair um público novo, que se interessa por ver subcelebridades passando uns perrengues na TV em vez de apenas pessoas anônimas sendo esculachadas por Roberto Justus. E, quando esse público novo veio, simplesmente não conseguiu compreender do que se tratava o programa. Circos, apresentações, entretenimento, tudo isso pode ter sido interessante e surpreendente para quem já estava acostumado com o formato, mas certamente a estreia falhou em dar ao público o tom da temporada, e quem abandonou o programa antes de assistir ao segundo episódio simplesmente não teve a chance de conferir o que é realmente o Aprendiz.

E que segundo episódio, hein, amigos? Esse, sim, foi 100% Aprendiz, com uma tarefa muito bacana que é a cara do show e que não deu moleza aos nossos aprendizes só por eles serem “famosos”. Gostei do episódio do início ao fim, e ele, sim, seria o que eu recomendaria para alguém que nunca assistiu ao Aprendiz e pensou em acompanhar a edição com celebridades.

Falando em celebridades, mais do que comentar a tarefa e o episódio em si, coisa que meus colegas já fizeram bastante e da qual eu, pra não ficar repetitivo em pleno domingão, fugirei um pouco, tentarei sempre comentar sobre quem chamou a minha atenção no episódio e na tarefa. Sei que está cedo para apostar em vencedores, mas, afinal, qual é a graça de acompanhar o programa sem simpatizar com alguém, sem torcer, sem se envolver?

E o nome da primeira tarefa do Aprendiz Celebridades foi, sem dúvida alguma, Michele Birkheuer, uma das participantes que estavam passando mais despercebidas pelo meu radar de apostas. Eu já havia simpatizado muito com a moça em suas participações nos programas da Record anteriormente ao reality, não só por sua boa cabeça e por algumas de suas ideias progressistas que contrastam com o perfil conservador de boa parte de quem participa do Aprendiz, mas também porque ela é uma mulher que não tem medo de se colocar, de mostrar o que pensa e de dar a cara a tapa. Isso ficou muito claro ao longo da tarefa da feira, em que a modelo praticamente tomou a liderança para si com muito êxito e sem a menor demonstração de insubordinação a Nico Puig, o líder oficial da tarefa (que acabou demitido justamente por permitir a formação dessa lacuna de liderança).

Michele foi quem sacou que era necessário investir mais grana nas frutas e legumes da feira, e, apesar de não ter convencido o líder, ninguém pode dizer que ela não foi suficientemente enfática. Michele puxou para campo, praticamente sozinha, a metade do grupo que ainda estava no hotel e botou todo mundo pra trabalhar. Por fim, Michele se garantiu na sala de reunião, deixando claras suas posições, mostrando que foi o grande destaque da derrotada Fênix e recebendo inúmeros elogios de Justus e seus conselheiros ao longo da discussão. Birkheuer coroou sua participação ao indicar corretamente o membro da equipe que merecia a demissão – e, apesar de Justus não ter demitido Pedro Nercessian, sejamos francos, a gente sabe que uma pessoa fez a indicação corretamente quando Renato Santos concorda com ela. 

Assim, não tenho como não declarar Michele Birkheuer como o grande nome da primeira semana do Aprendiz. A moça definitivamente se jogou no programa e está levando o trabalho muito a sério! Novamente, sei que ainda é cedo e muita água vai rolar, mas, a não ser que as coisas mudem muito drasticamente, não espero, nem sequer imagino, a modelo sendo demitida tão cedo. E é tão bom quando temos uma surpresa positiva tão grande como foi Michele Birkheuer, não?

É claro que não foi só de Michele que foi feita a primeira semana do Aprendiz. Mas, para não me estender mais do que o necessário, pontuarei minhas opiniões a respeito de outros aspectos desta semana de estreia brevemente, em um tradicional formato de sobe-e-desce que pretendo fazer semanalmente neste espaço do Coelhocratas.

SOBE

- Formato

Sutis mudanças, como o resultado sendo apresentado durante uma discussão da performance das duas equipes na sala de reunião e a ideia de a equipe vencedora assistir à sala da derrotada (ideia que infelizmente a edição ignorou completamente), aproximaram o Aprendiz do Celebrity Apprentice de Donald Trump e deixaram o programa um pouco mais interessante. Os esforços da produção para evitar vazamentos de demitidos também merecem aplausos.

- Mônica Carvalho

 

 

Detesto o clichê “proatividade”, mas foi exatamente isso que Mônica parece ter demonstrado na primeira tarefa. Cheia de energia, a coloco como o segundo destaque positivo da equipe Fênix.

DESCE

- Desafio do Líder
 

Tédio total. Não recrimino quem mudou de canal durante esse trecho do programa. E nem acho a vantagem competitiva tão interessante assim – principalmente quando ela vai para alguém que claramente é um péssimo líder e ainda assim acaba saindo vencedor. 

- Instituições de Caridade

Ninguém sabe, ninguém viu. Supostamente, cada aprendiz escolheu uma instituição para ajudar, mas o programa não fez nenhuma questão de deixar isso claro. No Celebrity Apprentice, os mais de R$ 5 mil arrecadados pelas duas equipes teriam ido para a instituição escolhida pelo líder vencedor. No Aprendiz, parece que nada aconteceu.

- Nahim
 

Nunca na história do Aprendiz vi um líder dormir durante quase toda a execução da tarefa e ainda reclamar por ter recebido ligações de seus liderados. Pior liderança da história do reality, de longe.

- Amon Lima

 

Dói o coração dizer isso, mas Amon não parece ter nenhuma chance de vencer se não mudar drasticamente seu estilo e seu comportamento na sala. Tocar violino não é diferencial, é obrigação de quem veio para o Aprendiz com o currículo dele.

- Pedro Nercessian

Outra situação inédita no Aprendiz, que eu me lembre: um cara dizendo que a equipe perdeu porque seus membros deveriam ter dormido em vez de trabalhar. Pra mim, é razão pra demissão imediata!

- Cacá Rosset

Tinha um bom argumento na questão da ausência de Nahim e Priscila na feira, mas fala muito devagar e ainda dá voltas e mais voltas para chegar ao ponto. Acabou me perdendo pelo caminho. A esta altura, vou encarar os comentários de Cacá como um intervalo pra ir pegar água e voltar sem ter perdido o fio da meada, pois, quando eu voltar, ele ainda estará falando, falando...

E aí, o que acharam da primeira semana? Quem se destacou positivamente ou negativamente? Mandem ver nos comentários, e até a próxima semana!