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sábado, 5 de outubro de 2013

A estreia do Aprendiz - O Retorno e a polêmica do primeiro líder

Por Jadre Junior
Olá, amigos leitores do blog Aprendiz Coelhocratas! Vocês gostaram da estreia do Aprendiz - O Retorno? Eu adorei o primeiro episódio. A tarefa foi bastante interessante, o Roberto Justus não perdeu a prática após tanto tempo sem apresentar o Aprendiz, o Walter Longo voltou com ótimos comentários e o Renato Santos, o novo conselheiro, nem pareceu ser um estreante: demonstrou estar no ritmo do programa e fez comentários bastante precisos na sala de reunião. Os participantes, apesar de alguns momentos negativos, no geral parecem estar bastante focados no jogo e com sede de vitória. O meu texto de hoje, e os das próximas semanas, terá como objetivo fazer comparações entre tudo o que aconteceu no último episodio do Aprendiz e as situações ocorridas nas temporadas anteriores do programa, bem como comparar as atitudes e características dos participantes dessa edição com o desempenho apresentado por eles nas edições anteriores.

 

A demissão da Maura
Apesar de gostar muito da Maura Barreto, ela não era uma das participantes que eu torcia para rever no Aprendiz - O Retorno. Eu achei muito boa a sua participação no Aprendiz 5 - O Sócio, mas preferia que a quinta edição do Aprendiz (na minha opinião, a melhor de todas as edições até agora) tivesse sido representada por algum participante com mais personalidade, como o Henrique Sucasas, a Fernanda Chilotti ou o Danilo Bonfim.
No geral, vi poucas diferenças entre a atuação da Maura no Aprendiz 5 e no Aprendiz - O Retorno. Ela continuou com seu estilo transparente, ponderado e democrático (que muitos infelizmente costumam confundir com apatia). Em grande parte, esse perfil foi responsável pela sua demissão no Aprendiz 5 e no Aprendiz - O Retorno, mas também foram essas características que a ajudaram a ter um bom desempenho como executora de tarefas no Aprendiz 5 e em sua liderança bem-sucedida na prova de criação da campanha publicitária da Nugget, tarefa na qual ter um líder que saiba ouvir as ideias de todos os membros do grupo é fundamental.

 
A demissão da Maura do justa? Depende de como avaliarmos a situação. Se considerarmos que a Maura não fez uma liderança boa e que o sub-grupo que não estava sendo acompanhado por ela teve um desempenho muito superior do que o sub-grupo que estava sob sua supervisão constante, a decisão do Roberto Justus foi justa, sim. Entretanto, se considerarmos o fato de que um sub-grupo composto por quatro pessoas teve um desempenho praticamente nulo, aí é necessário partir para a avaliação individual de cada participante. Na minha opinião, a Karina e a Daniely mereciam ser demitidas mais do que a Maura, mas as declarações apresentadas pelas participantes na sala de reunião era insuficientes para definir qual das suas mais merecia ser demitida. Se eu estivesse no lugar do Justus, eu teria feito mais perguntas e proposto mais desafios as quatro participantes antes de tomar uma decisão, justamente para tentar identificar algum deslize por parte de alguma delas.

 
Ser líder na primeira tarefa
Um ponto que foi bastante comentado no episódio de estreia e nas redes sociais foi a questão da liderança na primeira tarefa e suas possíveis vantagens e desvantagens. Antes de mais nada, é importante analisarmos algumas estatísticas.
·         Em apenas 3 das 8 edições anteriores, o primeiro demitido foi um líder (Célia no Aprendiz 1, Marília no Aprendiz 3 e Renata Bacha no Aprendiz 7). Não houve demissão na primeira sala de reunião do Aprendiz 8 e, nas demais edições, o primeiro demitido foi um participante que estava sendo liderado.
·         Dos participantes que venceram como líder da primeira tarefa, apenas 2 passaram da metade da edição (Júnior ficou em terceiro lugar no Aprendiz 2 e Renata Tolentino foi a segunda colocada do Aprendiz 8). Os demais líderes que venceram na estreia (a saber, Luiz Suplicy - Ap1, Peter - Ap3, Paulo - Ap4, Daniel Nicolini - Ap5, Carla - Ap6 e Pan - Ap7) foram todos demitidos antes da metade da temporada.
·         Dos 5 líderes derrotados na primeira tarefa que conseguiram seguir adiante no Aprendiz, dois conseguiram ficar entre os cinco primeiros colocados de sua edição (Tiago VENCEU o Ap4, Stephanie ficou em terceiro lugar no Ap6 e Suelen foi a 5ª colocada do Aprendiz 8).
Considerando esses dados, podemos chegar às seguintes conclusões:
1 - Ser líder na primeira tarefa e perder NÃO É GARANTIA DE DEMISSÃO, mas também NÃO É GARANTIA DE PERDÃO. Em algumas edições o Justus levou em consideração as dificuldades de se liderar um grupo de desconhecidos em um ambiente diferenciado (um programa de TV) e poupou o líder demitido  ̶  Isso ficou bastante claro no Aprendiz 5, quando Justus poupou Ricardo da demissão mesmo com o fato de os dois conselheiros terem sido unânimes ao indicá-lo à demissão. No entanto, Célia e Marília não puderam contar com a misericórdia do Justus e foram demitidas.
Ao meu ver, o que conta para um líder ser demitido ou não na primeira tarefa é muito mais o fato de ter algum participante mais fraco (ou apático) e que possa ser massacrado por ele e pelo resto da equipe do que o fato de ser a primeira tarefa. Tiago, Ricardo e Stephanie tiveram a "sorte" de terem liderado uma equipe que tinha o Professor Ricardo, a Leny e o Guilherme, respectivamente, que puderam ser facilmente utilizados como "boi-de-piranha" na sala de reunião. Maura teve o azar de liderar uma equipe formada por algumas das melhores participantes das edições anteriores e, dessa forma, não poder contar com nenhum "boi-de-piranha" para escapar com mais facilidade da demissão.
2- Vencer como líder na primeira tarefa não dá tanta moral assim. A maior prova disso é a Carla Ruas, que foi demitida de modo bastante rude, sem ter uma oportunidade ampla de defesa, por cauda de uma tarefa bastante questionável (a prova do exército) na segunda sala de reunião do Aprendiz 6, sendo que ela havia vencido como líder na primeira tarefa da edição. Além dela, vários outros aprendizes que tiveram uma liderança bem-sucedida na estreia não ficaram muito tempo no programa.
3- Os números pesam pouco nas decisões do Roberto Justus no Aprendiz. Nas dezenas de salas de reunião conduzidas pelo Justus, foram pouquíssimas as vezes em que ele citou números de derrotas ou de indicações à sala de reunião e menos ainda as vezes na qual a demissão foi justificada com esses números. Talvez as únicas participantes que tenham sido demitidas por apresentarem um histórico pouco favorável sejam a Patrícia (Ap 5), a Maytê (Ap 6) e a Flávia (Ap 2). Fora isso, foram diversas as vezes nas quais baixos números de vitórias foram ignorados pelo Justus e participantes com uma penca de derrotas foram mantidos no programa.
 
Participantes que mais se destacaram
- Evandro: bastante criticado no Aprendiz 2 por frequentemente tentar tomar para si a liderança das tarefas, dessa vez ele pode fazer ocupar o posto que ele tanto gosta. A liderança dele foi boa (embora a equipe Flecha tenha tido muita sorte ao encontrar a Cristiana Arcangeli, que acabou ajudando muito a equipe) e, pelo que vimos nesse primeiro episódio, ele melhorou sua capacidade de relacionamento e não teve atritos com seus colegas. Se continuar assim, pode ser um forte candidato.

 
- Jota Júnior: assim como no Aprendiz 2, ele continuou se mostrando um ótimo executor de tarefas. O reconhecimento do Evandro, que lhe indicou para receber a recompensa extra, foi merecido.
- Mariana: bastante clara e ponderada na sala de reunião, brilhante ao conseguir o patrocínio da Smart Fit. Mariana Marinho foi sem dúvida a grande estrela da equipe Sinergia e mostrou ter voltado ainda melhor do que no Aprendiz 6. No Aprendiz 6, ela foi demitida por ser pouco criativa (e, talvez, por ser estudante de Ciência da Computação, embora Justus não tenha dado essa justificativa). Considerando o fato de que agora ela é pós-graduada em Administração, é possível que ela vença se mostrar mais criatividade nas próximas tarefas.
 
- Renata: ela continua ótima na contato com o público, foi brilhante nas suas negociações e se mostrou uma das participantes mais entusiasmadas entre as mulheres.
- Karina: sem dúvida, uma das maiores decepções do episódio de estreia. Além de ter tido um dos piores desempenhos na primeira tarefa e ser merecidamente indicada à sala de reunião, ao se definir como "um peixe fora d'água" ela mostrou que não voltou com sua maior qualidade apresentada no Aprendiz 6: a capacidade de ser uma referência positiva no grupo e de atrair a confiança dos colegas de equipe. Além disso, ela demonstrou bastante instabilidade emocional na sala de reunião. Karina foi longe no Aprendiz 6 porque disputou uma edição contra participantes mais jovens e menos experientes do que ela (e que frequentemente a elogiavam por verem nela uma espécie de "porto seguro"). Numa edição com participantes mais velhos e mais experientes (e nisso devemos considerar também o amadurecimento do Lucas, da Maytê, da Mariana e do Solano), Karina terá que fazer muito mais do que fez no Aprendiz 6 se quiser ser finalista novamente.

 
- Daniely: gostei muito de sua participação no Aprendiz 8, mas não gostei de sua participação na estreia do Aprendiz - O Retorno. Além do desempenho fraco na tarefa, algumas de suas declarações nos depoimentos e na sala de reunião demonstraram um excesso de individualismo que pode prejudicá-la muito nas primeiras tarefas do Aprendiz, quando saber trabalhar em grupo é fundamental para vencer as tarefas e/ou escapar das salas de reunião.
- Karine: assim como Karina e Daniely, ela também teve um desempenho fraco na tarefa. No entanto, ela pelo menos escreveu uma resposta melhor do que as outras três para a pergunta do Justus.
- Melina: deixei essa participante por último porque, apesar de ter feito parte do sub-grupo que teve o melhor desempenho na tarefa, eu não gostava do estilo excessivamente "julgador" demonstrado por ela no Aprendiz 2, sendo que essa característica ficou bastante evidente nessa primeira tarefa. É claro que, nas salas de reunião, os participantes acabam sendo induzidos a julgar uns aos outros, porém a Melina faz isso o tempo todo, inclusive nos depoimentos e nas tarefas, e raramente apontando uma solução para os problemas enfrentados. Muitos telespectadores (alguns que passaram a assistir ao Aprendiz somente a partir da terceira edição) disseram que gostariam de ver a Melina liderando. Eu vi o Aprendiz 2 e, das quatro tarefas que ela liderou, ela venceu apenas uma, sendo que nessa tarefa a equipe dela só venceu porque teve a sorte de receber uma doação misteriosa de R$ 7000,00. Será que, quando a Melina liderar, ela fará uma liderança muito melhor do que a da Maura? É esperar pra ver...
Abraços!!!!!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Ótimos comentários, Jadre. Eu concordo com tudo que você falou e quero destacar que a atuação da Daniella na primeira prova só confirmou o que eu já tinha falado com alguns amigos: É uma participante com capacidade, tanto é que foi muito bem com o Dória (em grande parte porque achei o "Aprendiz" mais fraco de todos e em grande parte pela capacidade dela), mas sem nenhuma condição de participar desse com participantes que se destacaram em outras edições.

É lógico que ela têm condições de mudar a história, mas não acredito. Eu também não suporto participantes que são individualistas ao extremo (é por isso que não curto o Henrique Sucassas, mas sei que ele é muito competente no que faz) e a Danielly fez isso no primeiro episódio dela.

Por fim, o prêmio em barras de ouro foi merecido, mas sinceramente eu não gosto desse tipo de coisa no programa. Enfim, o programa foi ótimo, os conselheiros também (o Renato nos mostrou a diferença que faz alguém capacitado e também antenado no programa. Espero que ele seja assim nos capítulos posteriores) e os participantes idem (mas a Karina nos mostrou que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa).

Vida longa ao "O Aprendiz" e ao Jadre!