Por
Jadre Junior
Olá, amigos leitores do blog
Aprendiz Coelhocratas! Vocês gostaram da estreia do Aprendiz - O Retorno? Eu
adorei o primeiro episódio. A tarefa foi bastante interessante, o Roberto
Justus não perdeu a prática após tanto tempo sem apresentar o Aprendiz, o
Walter Longo voltou com ótimos comentários e o Renato Santos, o novo
conselheiro, nem pareceu ser um estreante: demonstrou estar no ritmo do
programa e fez comentários bastante precisos na sala de reunião. Os participantes,
apesar de alguns momentos negativos, no geral parecem estar bastante focados no
jogo e com sede de vitória. O meu texto de hoje, e os das próximas semanas,
terá como objetivo fazer comparações entre tudo o que aconteceu no último
episodio do Aprendiz e as situações ocorridas nas temporadas anteriores do programa,
bem como comparar as atitudes e características dos participantes dessa edição com
o desempenho apresentado por eles nas edições anteriores.
A
demissão da Maura
Apesar de gostar muito da
Maura Barreto, ela não era uma das participantes que eu torcia para rever no
Aprendiz - O Retorno. Eu achei muito boa a sua participação no Aprendiz 5 - O
Sócio, mas preferia que a quinta edição do Aprendiz (na minha opinião, a melhor
de todas as edições até agora) tivesse sido representada por algum participante
com mais personalidade, como o Henrique Sucasas, a Fernanda Chilotti ou o
Danilo Bonfim.
No geral, vi poucas diferenças
entre a atuação da Maura no Aprendiz 5 e no Aprendiz - O Retorno. Ela continuou
com seu estilo transparente, ponderado e democrático (que muitos infelizmente
costumam confundir com apatia). Em grande parte, esse perfil foi responsável
pela sua demissão no Aprendiz 5 e no Aprendiz - O Retorno, mas também foram
essas características que a ajudaram a ter um bom desempenho como executora de
tarefas no Aprendiz 5 e em sua liderança bem-sucedida na prova de criação da
campanha publicitária da Nugget, tarefa na qual ter um líder que saiba ouvir as
ideias de todos os membros do grupo é fundamental.
A demissão da Maura do justa?
Depende de como avaliarmos a situação. Se considerarmos que a Maura não fez uma
liderança boa e que o sub-grupo que não estava sendo acompanhado por ela teve
um desempenho muito superior do que o sub-grupo que estava sob sua supervisão
constante, a decisão do Roberto Justus foi justa, sim. Entretanto, se
considerarmos o fato de que um sub-grupo composto por quatro pessoas teve um
desempenho praticamente nulo, aí é necessário partir para a avaliação individual
de cada participante. Na minha opinião, a Karina e a Daniely mereciam ser
demitidas mais do que a Maura, mas as declarações apresentadas pelas
participantes na sala de reunião era insuficientes para definir qual das suas mais
merecia ser demitida. Se eu estivesse no lugar do Justus, eu teria feito mais
perguntas e proposto mais desafios as quatro participantes antes de tomar uma
decisão, justamente para tentar identificar algum deslize por parte de alguma
delas.
Ser
líder na primeira tarefa
Um ponto que foi bastante
comentado no episódio de estreia e nas redes sociais foi a questão da liderança
na primeira tarefa e suas possíveis vantagens e desvantagens. Antes de mais
nada, é importante analisarmos algumas estatísticas.
·
Em apenas 3 das 8 edições anteriores, o
primeiro demitido foi um líder (Célia no Aprendiz 1, Marília no Aprendiz 3 e
Renata Bacha no Aprendiz 7). Não houve demissão na primeira sala de reunião do
Aprendiz 8 e, nas demais edições, o primeiro demitido foi um participante que
estava sendo liderado.
·
Dos participantes que venceram como líder da
primeira tarefa, apenas 2 passaram da metade da edição (Júnior ficou em
terceiro lugar no Aprendiz 2 e Renata Tolentino foi a segunda colocada do
Aprendiz 8). Os demais líderes que venceram na estreia (a saber, Luiz Suplicy -
Ap1, Peter - Ap3, Paulo - Ap4, Daniel Nicolini - Ap5, Carla - Ap6 e Pan - Ap7) foram
todos demitidos antes da metade da temporada.
·
Dos 5 líderes derrotados na primeira tarefa
que conseguiram seguir adiante no Aprendiz, dois conseguiram ficar entre os
cinco primeiros colocados de sua edição (Tiago VENCEU o Ap4, Stephanie ficou em
terceiro lugar no Ap6 e Suelen foi a 5ª colocada do Aprendiz 8).
Considerando esses dados,
podemos chegar às seguintes conclusões:
1 - Ser líder na primeira
tarefa e perder NÃO É GARANTIA DE DEMISSÃO, mas também NÃO É GARANTIA DE
PERDÃO. Em algumas edições o Justus levou em consideração as dificuldades
de se liderar um grupo de desconhecidos em um ambiente diferenciado (um
programa de TV) e poupou o líder demitido ̶ Isso
ficou bastante claro no Aprendiz 5, quando Justus poupou Ricardo da demissão
mesmo com o fato de os dois conselheiros terem sido unânimes ao indicá-lo à
demissão. No entanto, Célia e Marília não puderam contar com a misericórdia do
Justus e foram demitidas.
Ao meu ver, o que conta
para um líder ser demitido ou não na primeira tarefa é muito mais o fato de ter
algum participante mais fraco (ou apático) e que possa ser massacrado por
ele e pelo resto da equipe do que o fato de ser a primeira tarefa. Tiago,
Ricardo e Stephanie tiveram a "sorte" de terem liderado uma equipe
que tinha o Professor Ricardo, a Leny e o Guilherme, respectivamente, que puderam
ser facilmente utilizados como "boi-de-piranha" na sala de reunião. Maura
teve o azar de liderar uma equipe formada por algumas das melhores participantes
das edições anteriores e, dessa forma, não poder contar com nenhum
"boi-de-piranha" para escapar com mais facilidade da demissão.
2- Vencer como líder na
primeira tarefa não dá tanta moral assim. A maior prova disso é
a Carla Ruas, que foi demitida de modo bastante rude, sem ter uma oportunidade
ampla de defesa, por cauda de uma tarefa bastante questionável (a prova do
exército) na segunda sala de reunião do Aprendiz 6, sendo que ela havia vencido
como líder na primeira tarefa da edição. Além dela, vários outros aprendizes
que tiveram uma liderança bem-sucedida na estreia não ficaram muito tempo no
programa.
3- Os números pesam pouco
nas decisões do Roberto Justus no Aprendiz. Nas dezenas de salas
de reunião conduzidas pelo Justus, foram pouquíssimas as vezes em que ele citou
números de derrotas ou de indicações à sala de reunião e menos ainda as vezes
na qual a demissão foi justificada com esses números. Talvez as únicas
participantes que tenham sido demitidas por apresentarem um histórico pouco
favorável sejam a Patrícia (Ap 5), a Maytê (Ap 6) e a Flávia (Ap 2). Fora isso,
foram diversas as vezes nas quais baixos números de vitórias foram ignorados pelo
Justus e participantes com uma penca de derrotas foram mantidos no programa.
Participantes
que mais se destacaram
- Evandro: bastante
criticado no Aprendiz 2 por frequentemente tentar tomar para si a liderança das
tarefas, dessa vez ele pode fazer ocupar o posto que ele tanto gosta. A
liderança dele foi boa (embora a equipe Flecha tenha tido muita sorte ao encontrar
a Cristiana Arcangeli, que acabou ajudando muito a equipe) e, pelo que vimos
nesse primeiro episódio, ele melhorou sua capacidade de relacionamento e não
teve atritos com seus colegas. Se continuar assim, pode ser um forte candidato.
- Jota Júnior: assim como no
Aprendiz 2, ele continuou se mostrando um ótimo executor de tarefas. O
reconhecimento do Evandro, que lhe indicou para receber a recompensa extra, foi
merecido.
- Mariana: bastante clara e ponderada
na sala de reunião, brilhante ao conseguir o patrocínio da Smart Fit. Mariana
Marinho foi sem dúvida a grande estrela da equipe Sinergia e mostrou ter
voltado ainda melhor do que no Aprendiz 6. No Aprendiz 6, ela foi demitida por
ser pouco criativa (e, talvez, por ser estudante de Ciência da Computação,
embora Justus não tenha dado essa justificativa). Considerando o fato de que
agora ela é pós-graduada em Administração, é possível que ela vença se mostrar
mais criatividade nas próximas tarefas.
- Renata: ela continua ótima
na contato com o público, foi brilhante nas suas negociações e se mostrou uma
das participantes mais entusiasmadas entre as mulheres.
- Karina: sem dúvida, uma
das maiores decepções do episódio de estreia. Além de ter tido um dos piores
desempenhos na primeira tarefa e ser merecidamente indicada à sala de reunião,
ao se definir como "um peixe fora d'água" ela mostrou que não voltou
com sua maior qualidade apresentada no Aprendiz 6: a capacidade de ser uma
referência positiva no grupo e de atrair a confiança dos colegas de equipe.
Além disso, ela demonstrou bastante instabilidade emocional na sala de reunião.
Karina foi longe no Aprendiz 6 porque disputou uma edição contra participantes
mais jovens e menos experientes do que ela (e que frequentemente a elogiavam
por verem nela uma espécie de "porto seguro"). Numa edição com
participantes mais velhos e mais experientes (e nisso devemos considerar também
o amadurecimento do Lucas, da Maytê, da Mariana e do Solano), Karina terá que
fazer muito mais do que fez no Aprendiz 6 se quiser ser finalista novamente.
- Daniely: gostei muito de
sua participação no Aprendiz 8, mas não gostei de sua participação na estreia
do Aprendiz - O Retorno. Além do desempenho fraco na tarefa, algumas de suas
declarações nos depoimentos e na sala de reunião demonstraram um excesso de
individualismo que pode prejudicá-la muito nas primeiras tarefas do Aprendiz,
quando saber trabalhar em grupo é fundamental para vencer as tarefas e/ou escapar
das salas de reunião.
- Karine: assim como Karina
e Daniely, ela também teve um desempenho fraco na tarefa. No entanto, ela pelo
menos escreveu uma resposta melhor do que as outras três para a pergunta do
Justus.
- Melina: deixei essa
participante por último porque, apesar de ter feito parte do sub-grupo que teve
o melhor desempenho na tarefa, eu não gostava do estilo excessivamente "julgador"
demonstrado por ela no Aprendiz 2, sendo que essa característica ficou bastante
evidente nessa primeira tarefa. É claro que, nas salas de reunião, os
participantes acabam sendo induzidos a julgar uns aos outros, porém a Melina faz
isso o tempo todo, inclusive nos depoimentos e nas tarefas, e raramente
apontando uma solução para os problemas enfrentados. Muitos telespectadores (alguns
que passaram a assistir ao Aprendiz somente a partir da terceira edição) disseram
que gostariam de ver a Melina liderando. Eu vi o Aprendiz 2 e, das quatro
tarefas que ela liderou, ela venceu apenas uma, sendo que nessa tarefa a equipe
dela só venceu porque teve a sorte de receber uma doação misteriosa de R$
7000,00. Será que, quando a Melina liderar, ela fará uma liderança muito melhor
do que a da Maura? É esperar pra ver...
Abraços!!!!!!!
Um comentário:
Ótimos comentários, Jadre. Eu concordo com tudo que você falou e quero destacar que a atuação da Daniella na primeira prova só confirmou o que eu já tinha falado com alguns amigos: É uma participante com capacidade, tanto é que foi muito bem com o Dória (em grande parte porque achei o "Aprendiz" mais fraco de todos e em grande parte pela capacidade dela), mas sem nenhuma condição de participar desse com participantes que se destacaram em outras edições.
É lógico que ela têm condições de mudar a história, mas não acredito. Eu também não suporto participantes que são individualistas ao extremo (é por isso que não curto o Henrique Sucassas, mas sei que ele é muito competente no que faz) e a Danielly fez isso no primeiro episódio dela.
Por fim, o prêmio em barras de ouro foi merecido, mas sinceramente eu não gosto desse tipo de coisa no programa. Enfim, o programa foi ótimo, os conselheiros também (o Renato nos mostrou a diferença que faz alguém capacitado e também antenado no programa. Espero que ele seja assim nos capítulos posteriores) e os participantes idem (mas a Karina nos mostrou que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa).
Vida longa ao "O Aprendiz" e ao Jadre!
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