Por Luiz Gustavo Cristino
No embate que considero o mais complicado da atual temporada
do Aprendiz, Roberto Justus decidiu dar uma segunda chance para a líder Andréa
Nóbrega e demitir o complicado Nahim. Mas muito mais importante do que quem
ficou ou quem saiu está uma questão interessante levantada por Renato Santos (sempre
ele!): afinal, até que ponto um líder pode ser líder dentro do contexto do
Aprendiz?
Estamos há 10 temporadas ouvindo que líderes precisam ter
pulso e não podem dar espaço a outro participante. Se alguém cresce mais do que
o líder, a culpa é da falta de firmeza do gestor. E já vimos um sem número de líderes
frouxos sendo demitidos ao longo dessa década de Aprendiz.
Em alguns casos, não há o que discutir. Lideranças sem
planejamento estratégico, sem uma visão inteligente do que pode render a
tarefa, sem um manejo adequado dos recursos humanos à disposição, sem dúvida
são lideranças que não podem ser poupadas da demissão. Nesta temporada, aconteceu
com Ana Moser, por exemplo.
Há casos mais complexos em que o líder acaba pagando o pato
porque a equipe não encontra um elo fraco entre seus liderados. Eu me lembro da
Maura, no primeiro episódio do Retorno, que se encaixa perfeitamente nesse quadro.
Foi uma demissão um pouco precoce, mas difícil de ser questionada, porque,
afinal, o que fazer quando todos os integrantes da equipe apresentam o mesmo
nível de trabalho e ainda assim sofrem uma derrota?
Mas há um ou outro casos de líderes que acabam caindo na
situação que Andréa Nóbrega enfrentou na semana passada: um liderado
problemático, desinteressado e desagregador. Chega uma hora em que fica
complicado usar o argumento da “falta de pulso”. Afinal, o que uma pessoa que
participa de um reality show como o Aprendiz pode fazer? O líder só é líder até
certo ponto e, quando paramos para pensar, não há uma hierarquia real dentro do
programa, e não dá pra simplesmente dizer que o líder “deu espaço” para um
liderado insubordinado e que se recusa a trabalhar.
No caso específico de Andréa Nóbrega, ficou bem claro que a
ex-Carzalberta pediu, brigou, reclamou e, por fim, desistiu. Muitos podem dizer
que é difícil respeitar uma líder como Andréa, com sua maneira infantilizada de
conversar e ausência de qualquer bagagem corporativa do passado da aprendiz
antes de entrar no programa. Até certo ponto, concordo. Mas há de se fazer um
esforço, um esforço que todos os outros participantes claramente fizeram, mas
Nahim não fez. Uma coisa é você chegar numa sala de reunião e dizer “olha, eu
fiz tudo do jeito que o líder pediu, dei ideias e não fui ouvido, etc e tal”.
Outra é você recusar-se a cooperar, irritar e estressar o líder e ainda achar
que está certo.
Esse, na verdade, é um problema potencial do formato
Celebrity, porque as celebridades não estão disputando uma vaga na empresa do apresentador,
a carreira delas não depende realmente do programa. Por isso, pouco importa se
eles sairão de lá com a imagem de barraqueiros, o importante é aparecer. Era o
caso de Nahim no programa e, quando já temos um sem número de líderes reclamando
consecutivamente da postura do cantor, é difícil defendê-lo (pra não dizer
impossível). Andréa, pra mim, era a primeira da fila da demissão nesta
temporada desde o início, mas a verdade é que, em sua liderança, ela fez o que
pôde. Nahim não pode dizer o mesmo.
Renato Santos foi quem enxergou isso e percebeu que, diante
da impossibilidade de Andréa de demitir o elemento que fazia mal à equipe, cabia
a Roberto Justus fazer esse papel. Concordo plenamente, e fiquei realmente
orgulhoso da decisão do apresentador. A estratégia de Nahim era muito clara:
sustentar-se por meio de polêmicas. Felizmente, outros participantes como
Christiano e Ana Moser deixaram isso claro na sala de reunião, o que pode até
ter contribuído para que Roberto Justus se sentisse numa saia mais justa e se
visse obrigado a demitir o cantor para mostrar quem manda no programa.
A conclusão da semana – e quem diria, a lição deixada por
Andréa Nóbrega – é: no Aprendiz, o líder só é líder até certo ponto, e é
preciso estudar caso a caso para evitar injustiças e garantir que um líder não
seja gratuitamente prejudicado por liderados rebeldes. Agora é ver se os
líderes definidos hoje e seus liderados – especialmente os da Next – saberão
digerir essa informação e trabalharão mais em prol da equipe do que de si
mesmos.
SOBE
- Michele Birkheuer
Soube, afinal, ouvir as críticas do grupo e acalmar os
ânimos de quem achava que ela falava demais. E, aparentemente, conseguiu fazer
isso sem se anular na tarefa, ou assim esperamos. Baita ponto pra ela!
- Mônica Carvalho
Elogiou Michele e mostrou estar disposta a deixar as
picuinhas para trás - pelo menos até a Fênix perder de novo, porque é aí que vai ser o teste real de maturidade para Mônica. E vou dizer que, se essas duas aprenderem a se unir,
ninguém as segura nesta temporada!
- Priscila Machado
Esse Aprendiz é das mulheres, e das mulheres que sabem se impor! Priscila sabe trabalhar e não abaixa a cabeça quando se sente desrespeitada, e eu não consigo não admirar uma pessoa com essa postura.
- Beth Szafir
Porque É LÓGICO que a liderança dela foi ÓTIMA, e ai de quem
disser o contrário! ;)
DESCE
- Nahim
Mais um que foi demitido, mas não pode ser ignorado aqui,
não só por ter saído completamente por baixo, achando que “quem vai pra sala de
reunião comigo, vaza, porque eu sei o que estou fazendo”, como também por suas
lamentáveis declarações pós-demissão, que explicitaram que Nahim era um participante para A Fazenda, não para O Aprendiz. Vai ser mau perdedor e desesperado por
atenção lá na China!
Nenhum comentário:
Postar um comentário